Ao contrário do que muitos imaginam, a segurança no trabalho não deve ser limitada às grandes indústrias com orçamentos robustos. As pequenas e médias empresas (PMEs) também enfrentam riscos reais em suas rotinas e, por isso, precisam incluir a gestão de riscos ocupacionais entre as prioridades de sua administração.
Além de atender às exigências legais, como a NR-01 e o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), avaliar riscos é uma estratégia inteligente. Em outras palavras, trata-se de uma forma de prevenir acidentes, preservar vidas, reduzir custos e melhorar a produtividade da equipe.
Ao incorporar esse processo à rotina, sua empresa pode:
- Evitar acidentes e doenças ocupacionais, mantendo a equipe mais saudável e engajada;
- Reduzir afastamentos e custos com indenizações trabalhistas, o que gera impacto direto na economia da empresa;
- Cumprir a legislação vigente, evitando multas, processos e interdições;
- Fortalecer a imagem da empresa, demonstrando cuidado com a saúde dos colaboradores;
- Aumentar a eficiência operacional, por meio de melhorias práticas no ambiente de trabalho.
Portanto, mesmo com equipes enxutas ou estruturas reduzidas, é possível — e necessário — adotar métodos simples, eficazes e acessíveis para identificar e controlar os riscos. Para isso, basta ter planejamento, conhecimento e uma gestão comprometida.
Etapas Práticas da Avaliação de Riscos nas PMEs
Para tornar o processo mais funcional e aplicável à realidade de uma PME, é fundamental seguir etapas objetivas e estruturadas. A seguir, você confere um passo a passo prático para avaliar os riscos da sua empresa de forma eficiente.
1. Identifique os Perigos
Toda avaliação começa com a identificação de possíveis fontes de perigo no ambiente de trabalho. Isso inclui:
- Riscos físicos, como calor excessivo, ruído e iluminação inadequada;
- Riscos químicos, como manuseio de produtos tóxicos ou inflamáveis;
- Riscos biológicos, como exposição a vírus e bactérias;
- Riscos mecânicos, como quedas, pancadas ou esmagamentos
- Riscos ergonômicos, como postura inadequada ou repetitividade e também os Riscos psicossociais, como estresse constante ou sobrecarga emocional.
Ou seja, é preciso observar tudo o que pode comprometer a saúde física ou mental dos colaboradores.
Dica prática: Converse com os funcionários, observe os postos de trabalho e registre os perigos identificados. Envolver a equipe desde o início contribui para diagnósticos mais precisos e aumenta o comprometimento com a prevenção.
2. Avalie e Classifique os Riscos
Após identificar os perigos, avalie a probabilidade de ocorrência e o impacto potencial de cada risco. Com isso, você consegue determinar a gravidade e a prioridade de ação.
Ferramentas úteis: Planilhas simples, matrizes de risco e checklists personalizados ajudam a classificar os riscos em níveis — como baixo, médio ou alto. Consequentemente, a gestão consegue definir onde concentrar seus esforços.
3. Elabore um Plano de Ação Claro e Objetivo
Com os riscos mapeados e classificados, chegou a hora de traçar estratégias para eliminá-los, reduzi-los ou controlá-los. Essas estratégias podem envolver:
- Ajustes no layout do ambiente;
- Fornecimento de EPIs adequados;
- Realize Treinamentos de segurança;
- Melhorias na ventilação ou iluminação;
- Estabelecimento de pausas ergonômicas.
Importante: Defina prazos, responsáveis e indicadores de verificação. Em outras palavras, transforme o plano em ações reais e mensuráveis.
4. Monitore e Atualize Continuamente
Ambientes de trabalho estão sempre mudando — novos processos, máquinas ou pessoas exigem revisões constantes no plano de segurança.
Portanto, a avaliação de riscos deve ser revalidada com frequência. Isso evita que riscos antigos se agravem e novos riscos passem despercebidos.
Dica: Embora algumas pessoas afirmem, de forma equivocada, que o PGR tem validade de 2 anos, reavalie o PGR ao menos uma vez por ano ou sempre que houver mudanças relevantes na operação da empresa.
Estratégias de Mitigação Eficientes e Acessíveis para PMEs
Embora algumas PMEs tenham restrições orçamentárias, isso não é impeditivo para adotar práticas eficazes de segurança. Existem alternativas viáveis, econômicas e de grande impacto na rotina corporativa. Veja algumas delas:
Invista em Treinamentos Práticos e Regulares
Você não precisa contratar treinamentos caros ou longos. Por outro lado, pequenas ações já fazem a diferença. Vídeos educativos, reuniões rápidas e apresentações internas são excelentes formas de capacitar a equipe.
Temas prioritários incluem:
- Uso correto de EPIs;
- Sinalização de emergência;
- Primeiros socorros;
- Ergonomia e prevenção de lesões.
Fortaleça a Comunicação Interna de Segurança
Manter a segurança visível é essencial. Para isso, utilize murais, avisos por e-mail, mensagens em grupos internos ou cartazes espalhados pelos ambientes. Além disso, mantenha os colaboradores sempre atualizados sobre normas, mudanças e medidas de prevenção.
Busque Parcerias com Consultorias de SST
Nem sempre vale a pena montar um setor próprio. Por esse motivo, muitas PMEs optam por contratar consultorias especializadas para:
- Elaborar o PGR;
- Realizar inspeções técnicas;
- Conduzir treinamentos obrigatórios;
- Emitir laudos e documentos exigidos por lei.
Com isso, a empresa garante conformidade legal e mais segurança com menor investimento.
Incentive uma Cultura de Prevenção
Mais do que regras, segurança se constrói com cultura. Sendo assim, estimule comportamentos seguros, reconheça boas práticas e abra espaço para sugestões da equipe. Isso fortalece o engajamento e cria um ambiente mais consciente e colaborativo.
28 de Abril – Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho
Comemorado anualmente em 28 de abril, o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, instituído pela OIT, chama atenção para a importância da prevenção de acidentes e doenças ocupacionais. A data também homenageia profissionais que perderam a vida por falta de condições adequadas.
Logo, essa é uma excelente oportunidade para as PMEs realizarem ações como:
- Treinamentos internos com foco em segurança;
- Rodas de conversa sobre saúde mental no ambiente de trabalho;
- Revisão e reforço no uso de EPIs;
- Avaliações de ergonomia nos postos de trabalho;
- Campanhas de engajamento para prevenção de riscos.
Com isso, a empresa reforça seu compromisso com a saúde, a segurança e o bem-estar de todos.
Conclusão
Em resumo, avaliar riscos e adotar estratégias de mitigação é mais do que uma obrigação legal — é uma prática inteligente, econômica e humana. Para as PMEs, esse processo representa uma oportunidade de crescer de forma estruturada, reduzir passivos e construir uma cultura de cuidado genuíno com a equipe.
Neste 28 de abril, aproveite o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho para iniciar esse movimento na sua empresa. Afinal, prevenir é mais barato do que remediar — e proteger vidas sempre será o melhor investimento.
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